Mesária deficiente auditiva, que já colaborou em dez pleitos, diz que é preciso vencer barreiras
Destaque no 1º Encontro Nacional de Acessibilidade e Inclusão, realizado no Superior Tribunal de Justiça (STJ) em 2019, o Projeto Libras, do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP), conta com colaboradores que dominam a Língua Brasileira de Sinais para atuarem no dia das eleições. Graças à participação desses voluntários, torna-se possível o atendimento e a orientação de eleitores com alguma deficiência auditiva nos locais de votação.
Uma eleitora com deficiência auditiva que já contribuiu em dez eleições afirma que quer continuar colaborando com a Justiça Eleitoral. “Meu maior desafio é mostrar que somos capacitados”, afirma Lucineia Fagundes de Souza, eleitora de Mauá, município da Grande São Paulo com 306.518 eleitores. Lucineia, que é professora de Libras (Língua Brasileira de Sinais), acredita que “é um processo de inclusão muito importante.”
A eleitora conta que começou a trabalhar nas eleições por influência dos irmãos, também surdos, e que já prestaram serviços como mesários. Segundo Lucineia, sempre encontrou compreensão e acolhimento nos treinamentos. “Na primeira vez em que trabalhei não tive problemas, alguns eleitores ficaram admirados e queriam saber mais sobre mim e, com a ajuda de uma intérprete de Libras, pude conversar com eles”, relata.
Lucineia afirma ainda que se sente realizada por dar aulas a crianças surdas e manda um recado para os deficientes auditivos: “Quebrem barreiras. A sociedade deve aceitar as diferenças. Nós temos competência para superar desafios”.